Cinco motivos para (des) comemorar cinco décadas de existência da Globo
1.
Globo monopoliza as comunicações no Brasil:
diversidade, a gente não vê por aqui.
Formado
por revistas, jornais, rádios e TVs, o Sistema Globo possui 122
emissoras, sendo 117 afiliadas. A
TV Globo desrespeita a Constituição, que no seu art. 220 proíbe o
monopólio e o oligopólio. Em nenhum
outro país do mundo existe uma concentração da propriedade na
mídia como no Brasil. A Globopar, que não inclui os jornais e
rádios do grupo, já é hoje a 5a
maior empresa brasileira em lucro líquido, e sua receita representa
mais de 60% do capital do setor no país. Este monopólio se
transformou num 4o
poder 'disfarçado'. Indica Ministros (os casos de Antônio Carlos
Magalhães e Hélio Costa à frente do Ministério das Comunicações
são conhecidos), tenta eleger e derrubar Presidentes, e tem amigos
poderosos entre os políticos (o atual Presidente da Câmara de
Deputados, Eduardo Cunha, é um deles). A concentração da posse dos
meios de comunicação impede a circulação de opiniões plurais e
de conteúdos que deem conta da diversidade da cultura brasileira.
Predomina na Rede Globo, o pensamento único e a defesa dos
interesses econômicos e políticos da própria emissora e do grupo
social a que ela pertence.
2.
Globo desrespeita Constituição com a cessão
de canais de rádio e TV afiliadas a políticos: Zorra Total no
Congresso.
Violando
o artigo 54 da nossa Constituição Federal, vários políticos,
senadores e deputados, são concessionários de Rádio e TV, sendo
muitos dessas emissoras afiliadas do sistema Globo. Os
casos clássicos já se tornaram folclore: a família Sarney, no
Maranhão; a família Magalhães (ACM), na Bahia; Collor, em Alagoas;
Jader Barbalho, no Pará; e por aí vai. Essa promiscuidade entre a
TV Globo e certos políticos conservadores, leva a emissora a
defendê-los, e a acobertar seus erros e crimes, como faz agora com o
atual presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, envolvido
em vários processos e na própria Operação Lava-Jato.
3.
A Globo viola os direitos humanos: luz, câmera, violação!
Todo
esse patrimônio, em grande parte adquirido pelo mecanismo das
concessões públicas dadas pelo Estado brasileiro, atua como
organizador e difusor de ideais conservadores que criminalizam
movimentos sociais e a juventude, estereotipam e discriminam
mulheres, negros, indígenas e LGBTs, banalizam
a violência, erotizam e mercantilizam precocemente crianças e
adolescentes, reduzindo-os a consumidores, dentre outras inúmeras
violações de direitos.
4.
Globo tem linha editorial tendenciosa e cobertura jornalística que
privilegia os “amigos” da emissora.
Vale
a pena ver de novo a cobertura que se
esforçou para ignorar as Diretas Já, a tentativa de fraude das
eleições do Rio de Janeiro de 1982 para impedir a eleição de
Leonel Brizola, a manipulação do debate das eleições
presidenciais de 1989 para favorecer Fernando Collor. Mais
recentemente a Rede Globo passou a ser questionada nas manifestações
de rua que ocorreram em 2013 e nas que vêm ocorrendo ao longo deste
ano. A disparidade no enquadramento e no espaço dedicado à
cobertura dos dois momentos políticos – as chamadas jornadas de
junho e as manifestações de 2015 – são elementos importantes
para se pensar a posição política do grupo econômico que detém a
emissora. A TV Globo não
disfarça o espaço e o apoio dado às manifestações contra o atual
Governo Federal, usando sua cobertura jornalística inclusive para
convocar tais manifestações, enquanto outras manifestações de
movimentos sociais que lutam por mais democracia e mais direitos, têm
pouco espaço em seus telejornais.
5. Globo corrompe
e sonega.
A emissora dos
Marinhos é acusada também de corrupção. O serviço de
inteligência da Polícia Federal detectou indícios de sonegação e
auditou as contas da Globo. Em 2006, a empresa deixou de recolher
impostos que, à época, com multa e correção, chegavam a R$ 615
milhões. Hoje, a dívida passa de R$
1 bilhão.
Além disso vale lembrar outros episódios de corrupção como sua
origem duvidosa no escândalo Time-Life (empréstimos irregulares de
capital estrangeiros, proibido pela Constituição na época), o
escândalo da NEC Brasil, quando a TV Globo comprou a maioria das
ações dessa grande empresa de telecomunicações, depois de um
descarado favorecimento do então Ministro das Comunicações,
Antônio Carlos Magalhães (ACM), que ganhou em troca o direito de
retransmitir a programação da Globo em sua TV local na Bahia
e a fraude cometida por Eduardo Cunha, quando Presidente da TELERJ,
numa operação de R$ 92 milhões, sem licitação, beneficiando a
mesma NEC Brasil (TV Globo). Por práticas como essa, o
sistema Globo garante
à família Marinho o patamar de mais rica do país com uma fortuna
avaliada em US$ 28,9 bilhões.
Por
outros 50 anos mais diversos, plurais, com respeito à liberdade de
expressão e ao direito à comunicação. Por mais democracia na TV
Globo.
Por
uma mídia democrática, acesse: para expressar a liberdade.
Por FNDC.
Publicado originalmente em: http://www.fndc.org.br/
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